terça-feira, 6 de abril de 2010

Valor

Sabe, não sei até que ponto a imposição da sociedade interfere na nossa vida.
Não sei até que ponto tomamos algumas decisões ou temos algumas atitudes baseadas no que os outros esperam de nós e não no que realmente queremos.
As vezes me pego me perguntando sobre isso. Porque o que talvez me faça feliz, é insignificante aos olhos dos outros, que me cobram uma postura, um valor, que não condiz com meus desejos.
Por que para ser feliz se tem que ter o melhor cargo profissional? Se tem que ganhar bastante dinheiro? Vejo tantas pessoas, famílias, que são tão felizes com tão pouco... uma das melhores aventuras e viagens que eu tinha quando criança era passear de bicicleta no domingo a noite: meu pai no guidon, minha mãe na garupa comigo no colo e meu irmão numa cadeirinha dianteira. Ai, que delícia que era sentir o vento batendo no meu rosto. Ai, que delícia que era meus pés e pernas tocando nos matinhos da calçada.
Por que para ser feliz é necessário estar casado, ou muito bem comprometido? As vezes nossa individualidade não permite que sejamos nós mesmos se estivermos acompanhados. As vezes, não encontramos paz numa segunda pessoa. E então, estaremos alterando nossa missão e responsabilidade nesse mundo.
Até quando a sociedade, as famílias, as pessoas em geral estarão impondo como deve ser a vida de cada um?
A vida de cada um deve ser como cada um deseja viver, desde que respeitando o próximo e a si mesmo. A vida de cada um deve ser vivida por si próprio... Porque na hora que o calo aperta, na hora que os problemas aparecem, não é ninguém que vai viver por nós.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Valor

"As coisas têm o valor que atribuímos a elas"
Acho até q já escrevi essa frase aqui.
Por isso têm pessoas que sofrem mais em certas situações que outras. Porque havia sido atribuído àquela situação um valor importante.
Aquele não é só um objeto, um chaveirinho qualquer. Ali tem toda uma demonstração de carinho, de afeto, de entrega. Ali dentro tem um mundo de amor, de cumplicidade. Ali dentro tem toda uma demonstração de querer estar sempre por perto.
E essa demonstração de afeto agora vai ficar só comigo? Não vai ser retribuída?


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Realizar sonhos




Hora de novos projetos, novas perspectivas...

Hora de colocar os sonhos em prática.

A nossa vida é uma história, alguns capítulos nós escrevemos, outros escrevem por nós.

Acredito que agora seja a hora de encarar meus sonhos e torná-los realidade.

Eles são simples, são mágicos... Mas não são pequenos. São grandes e poderosos.

Em conversa com um amigo, comentamos que existem alguns caminhos à nossa frente e chega a hora de decidirmos qual devemos seguir.

Tenho dois caminhos a minha frente.

O primeiro, por incrível que pareça, é o mais fácil. Fazer uma carreira, ganhar dinheiro, fazer história. Isso eu sei que conseguimos com garra, esforço, determinação.

O segundo, o mais difícil, é optar por deixar de ser sozinha. É finalmente encher a casa, o coração, sem medo das dificuldades, dos problemas. Aceitar que nem todo dia é primavera e deixar de querer desistir de tudo no primeiro obstáculo.

Vou seguir o segundo caminho. Sei que haverá problemas, mas os momentos felizes vão fazer com que valha a pena.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Dá medo, assusta, afasta...


Amo crianças. Amo pela sinceridade, pela pureza, pela beleza, pela riqueza com que enxergam o mundo.

Ontem uma amiga (não entendo pq não podemos considerar crianças nossas amigas), com sua pureza de criança, me perguntou pq depois do que aconteceu, algumas pessoas que costumavam estar sempre por perto, "sumiram".

Lindinha!!! Pois é, parece que não é coisa da minha cabeça.

Eu já estava reparando isso há um certo tempo.

Eu sei que as pessoas sentem por nós, que sofrem só de imaginar o que estamos sofrendo... E é tanto, que nem conseguem ficar por perto. É uma dor tão grande que assusta, comove... afasta. Muitos até confessaram que pensaram várias vezes em ligar, em fazer uma visita, mas não tiveram coragem. Outros sequer ousaram tocar no assunto...

Das pessoas mais distantes, eu agradeço o carinho e entendo que isso dá medo.

Mas das pessoas mais próximas eu não sei o que dizer.

Só sei que se isso tem algo a ensinar, vou tomar como lição que nunca devo me afastar das pessoas que amo por medo do que elas possam estar sentindo. Vou prefirir pecar por estar perto do que pela ausência. Quando alguém que amo estiver precisando da minha companhia, vou esquecer por um momento que meus problemas são "mais sérios e maiores que os dos outros"...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Adaptação

É engraçado, a gente se adapta a tudo nessa vida. A gente se acostuma... e vai vivendo...

Quando somos mais novos costumamos dizer que não vamos conseguir viver "sem isso", não vamos conseguir viver "sem aquilo".

Mas aí vamos ficando adultos (e como é difícil brincar de ser adulto), vamos passando por situações que doem tanto, parecendo que não vamos conseguir continuar. Mas conseguimos.

Cada batalha é um degrau, e não há degraus a frente, enquanto não houverem batalhas. As batalhas vão criando os degraus.


Hoje eu não consigo mais dizer que não viveria sem algo. Eu acredito que eu viva sim. Talvez seja mais difícil, talvez muito mais dolorido, talvez até sem sentido, mas que eu consigo viver sem, eu consigo.


O que eu posso dizer hoje é que eu não quero viver sem. Eu consigo, sim, viver sem. Mas eu não quero.


Eu até consigo viver sem você. Mas eu não quero viver sem você.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Pérolas


Eu optei por ser feliz... mas sem ser pretenciosa a ponto de achar que vou deixar de sofrer...

Ostra Feliz Não Faz Pérola (Rubem Alves)

"Ostras são moluscos, animais sem esqueletos, macias, que são as delícias dos gastrônomos. Podem ser comidas cruas, de pingos de limão, com arroz, paellas, sopas. Sem defesas - são animais mansos - seriam uma presa fácil dos predadores.
Para que isso não acontecesse a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, conchas duras, dentro das quais vivem.
Pois havia num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram ostras felizes porque de dentro de suas conchas, saía uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música. Com uma exceção: de uma ostra solitária que fazia um solo solitário... Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste... As ostras felizes riam dela e diziam: "Ela não sai da sua depressão..." Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro da sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor.
O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de sua aspereza, arestas e pontas, bastava envolvê-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava o seu canto triste, o seu corpo fazia o seu trabalho - por causa da dor que o grão de areia lhe causava.
Um dia passou por ali um pescador com seu barco. Lançou a sua rede e toda a colônia de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pescador se alegrou, levou-a para sua casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras, de repente seus dentes bateram num objeto duro que estava dentro da ostra. Ele tomou-a em suas mãos e deu uma gargalhada de felicidade; era uma pérola, uma linda pérola. Apensa a ostra sofredora fizera uma pérola. Ele tomou a pérola e deu-a de presente para a sua esposa. Ela ficou muito feliz..."
Ostra feliz não faz pérolas. Isso vale para as ostras,e vale para nós, seres humanos.
As pessoas que se imaginam felizes simplesmente se dedicam a gozar a vida. E fazem bem. Mas as pessoas que sofrem, elas têm de produzir pérolas para poder viver. Assim é a vida dos artistas, dos educadores, dos profetas. Sofrimento que faz pérola não precisa ser sofrimento físico. Raramente é sofrimento físico. Na maioria das vezes são dores da alma.

Amigos II


"Nós não ficamos amigos
Nós nos descobrimos amigos"

Porque amigo é escolhido, é filtrado, é analisado. E é aprovado. E mesmo com os inúmeros defeitos que todos temos, nós os aceitamos pelas suas qualidades... que nos enfeitiçam, nos encantam.

Nós nos descobrimos amigos quando ele aparece no momento em que todos foram embora...

Nós nos descobrimos amigos quando ele chora conosco a nossa dor...